quarta-feira, 7 de abril de 2010

Rompimento


Foi necessário, não havia outro jeito... Tudo que eu acreditava estava tão distorcido, que tudo em mim diante dos valores do Mundo tão perfeito era defeito! Trair era ser "descolado" ! Jogar , dissimular, arquitetar um tombo do semelhante era ser "esperto"! O amor incondicional é coisa de romancistas do passado ( ainda existe, mas é raro) ...parece - me que hoje em dia tudo é um tremendo "escambo" e para ser aceito é necessário, no mínimo, vestir o traje do padrão e manter cartas na manga. Andar pelado é estar só com a alma e pra mim alma sempre foi tão tudo. Mas os olhos críticos da nova inquisição instalada zela pela camisa de força até o topo da forca nos passos de quem deve se manter cego, surdo e mudo! Foi necessário... não havia outro jeito. Ou me amoldava à hipocrisia do santo consumo nosso de cada dia ou então, vestia definitivamente a carne marcada da poesia crente de que o Mundo um dia possa ser diferente!

Cid Cândido de Oliveira - 07/04/2010 - Marilia-SP

Um comentário:

  1. Camarada Cid, ao ler 'Rompimento', confesso que meu deu uma tremenda vontade de andar pelado. Entretanto, você bem sabe disso, andar nu por aí é atentado violento ao pudor. Se fosse aplicado as leis brasileiras no Éden, Adão e Eva iriam ser recolhido ao um distrito policial, caso continuassem a evitar túnicas e peles de carneiro.
    Gostei muito de 'Rompimento', meu amigo poeta da calçada.

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