quinta-feira, 4 de março de 2010


Minha história não vale a pena ser contada em palavras...Minha história só vale a pena contabilizada e cantada em lições, tal qual cantiga de ninar, onde a alma adormece e as dores não lhe atinge...O corpo fica e a alma leva serena tudo que substancialmente é AMOR!

DEI UMA ROSA BRANCA A QUEM EU MAIS AMAVA...A ROSA NÃO VALIA NADA, PORQUE NÃO TINHA MARCA, NEM RODAS, NEM CIFRÃO. ENTÃO DEI UMA ROSA BRANCA A QUEM MAIS ME ODIAVA...A ROSA ENTÃO JÁ VALIA ALGUMA COISA...VALIA UMA INTENÇÃO A QUEM NÃO PERDOAVA E UMA ESPERANÇA DE QUEM O PERDÃO AGUARDAVA!

É defeito contemporâneo...


O Defeito hoje, na modernidade, é sentir por amor pleno, sem qualquer interesse. Ter coração e alma de forma incondicional. Ao que me parece...para muitas pessoas, tudo é ligado ao condicional direto ou indireto...explícito ou oculto...sempre há um objetivo secundário, em geral, dissimulado em boa intenção nas máscaras de um credo, um meio social pungente e até mesmo numa coluna social divulgando a filantropia...Ou por projeção de imagem, ou por status, ou porque aquela pessoa ali "pode me ser util num projeto"...O exercício do perdão fica disposto somente "aos que merecem" e não a todos os semelhantes como diz no maior dos mandamentos...

Ser honesto é defeito? É defeito ser pobre? É defeito reclamar pelos direitos garantidos? É defeito ter visão crítica e se manifestar? É defeito ser bom? É defeito ser poeta? Sensibilidade é defeito?

Quais os preceitos da verdadeira riqueza? O que o sentido de valoração para o Homem moderno?

O Ser ou ou Ter?

Certa vez observei um fato que chamou minha atenção. Num restaurante, várias pessoas e de repente surgiu um homem escoltado por dois seguranças. Aquele homem havia sido processado mais de 50 vezes, acusado de corrupção, desvio de verbas pública, e até pedofilia! Quase todos se levantaram e o abraçaram calorosamente dizendo: "conte comigo!" ... Meia hora depois surgiu um sujeito vendendo livros e distribuindo flores para divulgar seus poemas... Ninguém se levantou, os abraços eram pálidos, sem vida...e os comentários pelas costas do jovem artista era quase unânime..." ...lá vem esse mané xarope..." ... " pobre coitado!..."

Mas eu notei....notei sim a diferença... o primeiro trazia um sorriso dissimulado e o segundo um sorriso leve, doce e verdadeiro...

Onde está o defeito?

Cid Cândido de Oliveira - Marilia, março de 2010

Um pouco do japim


Cid, um ensaio

(por Ramon Barbosa Franco)

Recusei uma viagem, certa vez, porque o Cid ia lançar 'O eremita urbano' na Biblioteca Municipal de Marília. Estive lá, na noite de um sábado e Cid se apresentou para todos nós. Interpretou alguns personagens. Depois, retirei o livro na biblioteca. Li durante uma semana. As influências e leituras de Cid se apresentaram todas, da mesma forma que ele havia feito na noite de autógrafos.
O cinema também estava presente, como Fellini na cena onde ele descreve o almoço na pensão. Eu morei em uma pensão e a associação aos tempos de vida coletiva foi imediata. Gabo está também em 'O eremita urbano'. Me marcou o personagem que atendia as pessoas que acertavam uma pedra no alvo que servia como campainha. Mas, o que mais marcou em 'O eremita urbano' foi o sonho do personagem em ser escritor, sonho que compartilho até os dias de hoje. Na minha trajetória de japim, o passarinho que imita os cantos de todos os outros pássaros na lenda indígena, Cid está no rol de cantos que ensaiei igual. Entre tantas coisas que venho desenvolvendo, uma, em particular, está me alegrando: a de pesquisar a vida literária em Marília em dois períodos, nas décadas de 40 e 60, e na contemporaneidade. Nos anos 40 e 60 o motivo é Osório Alves de Castro, o nosso mestre. Na contemporaneidade, entre as pessoas que quero acompanhar detalhadamente está o Corbi, da Apem, e Cid, entre tantos outros amigos de fé, amigos do coração, amigos que compartilham comigo o sonho do Eremita Urbano, o sonho de ser escritor.
Obrigado pelo espaço e oportunidade, Cid.